terça-feira, 26 de abril de 2011

Nada





recuso o ardor da palavra

o torpor de termos

o êxtase de quem lavra

flores belas nos ermos


recuso o falar erudito

a nevrose contundente

o mistério e o mito

o pensamento ardente


recuso o calor

recuso o frio

recuso o fulgor

recuso o tardio


mas aceito o amor, simplório e terno

dotado de liberdade, sem protocolos

como mães que tem em seus colos,

ao ver seus filhos, um regozijo interno


soares


tela: Erika Baptista, 2010




Nenhum comentário: