sexta-feira, 9 de julho de 2010

o dândi



Não há quem se prenda em vão
Nos laços atados do sol
Creio que o nefasto receio da solidão
Faz o peixe beijar o anzol

O medo de si, do divagar
É espadim fervente
O refletir corta a alma, devagar
Ai, dos de pensar latente

Eis a maldição dos que tem pela arte a paixão
A erudição não é dom de todos
Se és sábio, és ermitão
Ou és culto, ou és tolo

Quanto a mim, flâneur que sou a contento
Priorizo o abster-se freqüente
Melhor é amasiar-se com o vento
Do que ser cercado de gente






Vinicius Soares





ps.: dedico ao Prof Fernando Monteiro de Barros, a quem muito estimo