Quão grande é o tempo perdido
Nas questões sem solução
Cabe a mim provar ter existido
Lá no Éden, o umbigo de Adão?
Anos idos, estudos vazios
Esforço, labor, ostentação
O resultado vê-se nos brios
Glórias, honras, elogios, contemplação
No fim, a tese é de valia
E os especialistas esquecem então
Distraídos com seus diplomas, leviana alegria
Dos que na rua mendigam o pão
Do que vale o exímio estudo
noites mau dormidas, extrema dedicação
Se no fundo, ao pobre, objeto, contudo
Não lhe é dada compaixão?
Mas vai dizer isso ao mundo
Ao seu discurso darão atenção?
Quando a solidariedade é passageira
Mais vale o umbigo de adão
Vinicius Soares
ps.: dedico a Filipe e Anne, raros comprometidos com o reino