terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Lúcifer




Ai de mim, que culpado sou de tanto

e de muito sou inocente

às gargalhadas vejo o homem decadente

ser o causador do seu lamurioso pranto


Se sou cruel, Hitler foi mais

Se sou injusto, “Soltem Barrabás!”


Sou eu o inspirador de maldades

quando o próprio homem as faz?

Os lábios que fofocam inverdades

salvam-se da forca acusando Satanás.


Ai de mim, que culpado sou de tanto

e por vezes sou expulso com cisma

Porventura fui o responsável do pranto

derramado pelas crianças de Hiroshima?


O meu tão singelo álibi, no fim revelarei a todos

Que surpresa será aos inocentes desavisados!

Me aprazo e refestelo pois sei que os santos tolos

hão de prestar conta dos seus próprios pecados



Soares

Um comentário:

Camille Velloso disse...

Adorei essa,me lembrou bastante de "Satã no divã" rs...sou apaixonada por aquele conto!